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O movimento e o caminhar como conhecimento

Na introdução de Ways of Walking: ethnography and practice on foot ( University of Aberdeen, UK ), os editores, Tim Ingold e Jo Lee Vergunst, contrastam os modos de aprendizagem das crianças ocidentais nas escolas e das crianças aborígenes. O livro se propõe a a uma abordagem antropológica transdicisplinar (entre disciplinas e temáticas) sobre os modos de caminhar, a percepção do ambiente, o pensamento, o corpo, a criatividade etc. Os autores nos convidam, por exemplo, a notar que um adulto sempre tem o olhar para longe do aqui-agora quando conduz uma criança pela mão, enquanto esta mantém o olhar mais baixo, mais flutuante, aberto às ocorrências do entorno.

Selecionei dois trechos da Introdução (numa tradução livre), quando os autores comparam práticas de condução das crianças por adultos, nas culturais ocidentais  e aborígenes. Eles citam um dos artigos presentes no livro, em que a autora, Elizabeth Curtis, discute uma prática escolar  em que as crianças vão, guiadas pelos educadores, estudar o patrimônio histórico da cidade.  O modus operandi, que conhecemos tão bem por ser tão usual, é o de uma separação entre o pensamento e o caminhar. O primeiro se faz sedentário e o segundo se vê controlado e, por isso, linear.